Pessoal nesta ultima semana fizemos uma reportagem para o jornal Comércio da Franca que foi publicado no ultimo domingo 24/06,veja abaixo a materia.
HOBBY
Veículos: eles têm menos de 25 anos e são apaixonados por Fusca
Os Fuscas de Felipe Capel (vermelho granada), João Paulo Caetano (preto) e Thiago Silva (vermelho, à frente)
“Fuscão preto, você é feito de aço. Fez o meu peito em pedaços...”, a
música famosa na voz de Almir Rogério bem que poderia ser o hino do
eletricista João Paulo de Oliveira Caetano, 22. Dono de um possante
Fusca preto, ano 79, ele é presidente do Clube dos Fusqueiros de Franca e
um apaixonado pelo veículo, que teve seu dia mundial comemorado nesta
última semana. A homenagem à “baratinha” acontece hoje na cidade, com
uma carreata.
A admiração de João pelo carro tão querido dos brasileiros começou por
acaso antes de ele tirar carteira de motorista, já que ganhou do pai seu
primeiro Fusca aos 16 anos. O carro ficou guardado à sua espera, porém
ele o vendeu após cinco meses de uso. Negócio que ele agora se arrepende
de ter feito.
“Fuscólatra” confesso, João já recusou uma oferta de R$ 10 mil no seu
fusquinha esportivo de época, com detalhes cromados, roda de Brasília,
motor 1600, faróis de milha e lanternas Fafá, que ganhou esse nome em
referência à cantora Fafá de Belém. A paixão pelo carro é tamanha que
ele mesmo realiza os serviços de mecânica - “deixar o Fusca em uma
oficina jamais” - e dedica, ao menos a cada 15 dias, um dia de rei para o
Fuscão preto. Neste dia, o carro é lavado, encerado e lustrado. “Quando
resolvo mexer com ele, fico o dia todo. Começo cedo e vou até a tarde.”
Nos quatro anos em que possui o carro, João diz ter investido cerca de
R$ 9 mil em trabalhos de restauro e na compra de acessórios. “Fiz todo o
trabalho de pintura e funilaria do carro e mudei o motor de 1300 para
1600. A cor original dele era bege, mas eu não gostava. Então, minha
irmã me deu a ideia de pintar de preto. Hoje, onde passo com ele, as
pessoas começam a cantar a música.”
Mas não é sempre que João circula com o Fusca. Na maior parte do tempo,
o carro fica guardado na garagem coberto por uma capa. Só sai para dar
umas voltas no fim de semana e participar de encontros de carros
antigos. “Vou a pelo menos um por mês. Sempre estou na estrada com o
Fusca. Já fui e voltei de Brasília com ele.”
ORIGINAL
Na legião de motoristas apaixonados por Fusca, João também tem a
companhia do jovem Felipe Capel, 18. Pode parecer estranho, mas Felipe
preferiu ter um Fusca em vez de um carro novo. “Carro novo todo mundo
tem, agora Fusca é diferente, chama mais a atenção.”
O carro ano 66 é todo original e foi comprado de um tio por R$ 10 mil,
porém Felipe calcula já ter gasto o dobro para recuperar o Fusca
vermelho granada e adquirir acessórios, como um quebra joelhos
(porta-objetos confeccionado em bambu que fica abaixo da direção e do
porta-luvas). “Anoto tudo o que compro, desde um parafuso. Acredito que
ainda vou gastar mais uns R$ 5 mil em pintura.”
Felipe diz que o pai também é apaixonado por Fusca e que um outro veículo ano 74 está sendo restaurado pela família.
HÁ 42 ANOS
O Fusca vermelho ano 67 era da avó do técnico em informática Thiago
Garcia Silva, 24. “Ele fez parte da minha infância e acredito ser daí
que surgiu minha paixão por Fusca, pois também ia sempre em encontros de
carros antigos.”
Em 2008, a avó de Thiago, que comprou o Fusca em 1970, faleceu e ele se
interessou em ficar com o veículo. “Minha avó foi a segunda dona do
carro e eu resolvi ficar com ele, pois me traz muitas lembranças.
Comprei ele da família por R$ 1 mil.”
Thiago diz que o veículo estava “acabado”. Por isso, em 2010, resolveu
mandar ele para a reforma. O processo de restauração durou cinco meses
e, só a partir de março do ano passado, o veículo ficou pronto para
desfilar pela cidade. “Gastei R$ 12 mil para recuperá-lo e uma vez uma
pessoa chegou a me oferecer R$ 23 mil. Mas, como ele faz parte da minha
história, não aceitei.”
Thiago tem também muitas outras coisas de Fusca: livro, revistas,
camisetas, chaveiros, Fusca de madeira, de controle remoto e duas
miniaturas. Uma inclusive anda com ele dentro do Fusca, que chama a
atenção até da mais nova geração da família. “Meu sobrinho está pegando
gosto pelo Fusca. Ele não pode ver o carro que logo pede para que eu dê
uma volta com ele no quarteirão.”
Thiago com uma miniatura e o Fusca ano 67 que está há 42 anos na família
Clube dos Fusqueiros de Franca realiza carreata neste domingo
A paixão por Fuscas fez surgir em outubro do ano passado o Clube dos
Fusqueiros de Franca. O clube ainda tem poucos associados, dez, mas
trabalha para expandir o número de admiradores do veículo. “Nos
conhecemos pela internet e depois passamos a nos ver em encontros de
carros antigos”, disse João Paulo de Oliveira Caetano, atual presidente
do clube.
A ideia de criar o clube surgiu após a primeira carreata, realizada no
ano passado. Hoje, domingo, os Fusqueiros de Franca fazem a segunda
carreata, com saída às 9h da concessionária Volkswagem da avenida
Severino Tostes Meirelles, no Distrito Industrial. A expectativa é
reunir em torno de 25 Fuscas de Franca e cidades vizinhas e percorrer 30
km.
Com encontros mensais realizados todo segundo domingo do mês na praça
Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Franca, o clube planeja levar
as reuniões para outros locais da cidade. “O clube é aberto para todos
que desejarem participar. Basta apenas ter um Fusca e ser apaixonado por
ele”, diz João Paulo.
O Fusca começou a ser vendido no Brasil em 1950 e parou de ser
fabricado por aqui, pela segunda vez, em 1996. A produção havia parado
em 1986, mas, em 93, por sugestão do então presidente Itamar Franco, a
VW voltou a fabricar o Fusca no Brasil.
Matéria retirada do site http://www.gcn.net.br
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